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Sou Regina Coeli Rebelo Rocha, nascida na madrugada de 16-11-1951 na cidade do Rio de Janeiro (RJ) sob o signo de Escorpião. Da professora e bancária que fui, trago comigo a magia das letras e das palavras, companhia de sempre. Hoje essa magia ilumina o meu percurso na senda da Poesia, traduzindo o meu sentir diante da experiência de viver.
Quero cantar esta Vida plena de Amor em todos os seus matizes; dar-me e doar-me à sutileza das palavras, tradutoras de tudo o que sinto e faço, e das quais me utilizo para alforriar sentimentos, vivências e percepções num livro cujas páginas sejam as mais bonitas que eu possa escrever. E com essas palavras, que eu consiga me aproximar do meu semelhante com a generosidade do sol e a claridade da lua para com ele estreitar laços de Respeito e de Amizade. Que o meu percurso em poesia me leve a alturas a que os meus pés jamais poderiam me levar... E que eu escale as palavras e as imagens com a simplicidade e o lirismo de um regato que se sente pleno no seu encontro com o caudaloso rio...
Assim me quero. Assim hei de me sentir. E assim eu me farei feliz.
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Ainda Sou Flor!
Ainda que sem pétalas, sou flor!
Cheiro a perfume que exalei um dia,
Inebriando a minha fantasia
De enfeitar o jardim do meu amor.
Se pétalas perdi no meu ardor
De colorir o que, sem cor, eu via,
Sei que a flor tem seu tempo de magia
E, como o sol, tem hora de se pôr...
Nasci botão, sou flor e, sem retarde,
Sinto meu colorido esmaecer
Como um amanhecer que jaz na tarde
E morre ao encontrar o anoitecer...
Não tenho que fazer da morte alarde,
Pois o que nasce acaba por morrer
Regina Coeli
O CHORO DA CHUVA
Cai um pingo na roseira
E afaga a rosa primeira
Que na rama despertou
Do sonho de amar o cravo
Num amante amor escravo,
Romance que não vingou...
O que seria esse pingo
Caído em mais um domingo
De silêncio e solidão?
Seria gota de orvalho
Borrifando um seco galho
Um adeus na extrema-unção?
Quem sabe esse pingo fosse
Uma nota linda e doce
Deixada cair do ar
Por coloridos anjinhos
Que cantam com passarinhos
E têm asas pra voar?
Esse pingo, o que seria?
Gotinha de simpatia
Quem sabe, de um olho vinda
Num choro de ver na rosa
Uma obra-prima formosa
De encantos, mais do que linda?
Um pingo tão cristalino
Até parecia um hino
Vibrando pelo jardim
Envolvendo cada flor
Em arpejos de langor
Sem começo e sem um fim...
Então, caíram mais pingos
E na chuva e seus respingos
Chorava, copioso, o céu
Deitando Amor sobre a Terra
Da rosa ao cume da serra
Em gotas de farto mel!
Regina Coeli
Contemplação
Quem sabe se eu pintasse a luz do dia
Com as cores do frescor da Natureza,
Fizesse eu um quadro em singeleza
Da Vida rindo os risos da alegria...
O sol beijando a serra eu pintaria
Entre árvores de verde em sutileza
E uma nuvem no céu, tão indefesa,
Que o vento, sorridente, a sopraria...
No resgate de muito belas cores,
Muitas flores a tela a colorir
Com perfume de mil e um olores...
... E o alegre pincel, num ir-e-vir,
Comporia o melhor dos meus primores:
Uma criança meiguinha a me sorrir!
Regina Coeli
Bem-te-vi
Olhei, olhei, mas não vi...
Onde andará, afinal,
Aquele que me sorri
Em seu grito matinal?
Rolinhas tricotam mágoas
No pé do meu sapoti;
Canários se esbaldam em águas,
Encantos que eu tenho aqui.
Procuro, mas não te vejo
No peitoril da janela;
Ah, é grande o meu desejo
De te ver cantando nela...
Quem viu meu pequeno amor,
O que acorda a passarada,
Gritando pra ninho e flor
Que é chegada a alvorada?...
Quem viu um ser elegante,
Altivo e mais que bonito
Com olhar desafiante
E desafiando o infinito?...
Onde andará meu amigo,
Ser alado em obra-prima,
Que eu ao Criador bendigo
Por beleza que me anima?
Volta, que estou te esperando!
Vem, que eu não saio daqui,
Te esperando... E já escutando
O teu grito... "bem-te-vi!"
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Regina Coeli
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